Um blog dedicado aos livros, às relações internacionais e aos problemas do desenvolvimento econômico e social, com ênfase nas questões da inserção internacional do Brasil. Ver outros trabalhos meus no site pessoal: www.pralmeida.org.
sábado, 14 de janeiro de 2006
161) L'amour a ses raisons, même en Belgique...
A Bélgica é um reino tripartite, um território que, como a sua bandeira, é ocupado por três tribos de ferozes belgicanos, que conseguem se digladiar por um simples copo de cerveja: os valões brigam com os flamengos (não confundir com os nossos), e vice-versa, e os bruxelenses, à falta do que fazer, se dedicam à plantação de "choux de Bruxelles"...
Desde que eu morei nessa terra de belicosos nativos, uma tribo não fala com a outra, a não ser por meio dos seus respectivos ministros "inter-comunitários" (é a única monarquia do mundo em regime federativo...)
Pois bem: não é que agora, como relata o Le Monde deste sábado 14 de janeiro de 2006 (ver abaixo), o chefe do partido liberal flamengo namorou secretamente uma deputada socialista valona (ou valã, vocês escolhem...) e não contente de só ter abraços e de trocar carinhos e beijinhos sem ter fim, ainda acabou lhe fazendo um filho?
Será o primeiro nativo a romper a barreira do apartheid, mas, logo ao completar a maioridade, ele terá um sério problema de identidade: ele precisará não apenas escolher a qual cor da bandeira prestar juramento, mas também sua coloração política e tribal: ele terá de decidir se vai ser socialista valão, ou liberal flamengo, ou socialista flamengo, ou liberal valão, ou então um anarquista bruxelense.
Cruéis dilemas para esse filho inter-comunitário: melhor ele fundar uma nova tribo, com a sua própria fábrica de cerveja...
Belgique : l'idylle fatale du chef du Parti libéral flamand
LE MONDE | 13.01.06 | 13h51
Correspondant, Bruxelles
Un quotidien francophone a révélé la relation amoureuse qu'entretient Rik Daems, ancien ministre et chef du parti libéral flamand (VLD) à la Chambre des députés, avec Sophie Pécriaux, députée socialiste wallonne.
Un peu plus tard, une chaîne de télévision flamande annonçait que la jeune femme était enceinte. Situation délicate pour le leader d'un parti flamand qui n'a jamais raté une occasion de critiquer les Wallons.
Après ces révélations, M. Daems a décidé de renoncer temporairement à ses fonctions, "pour réfléchir". Les observateurs estiment qu'il aura les plus grandes difficultés à poursuivre sa carrière. Dans les rangs du parti, on estime que la crédibilité de M. Daems est entamée. Mais surtout et même si cela ne s'avoue pas on supporte mal sa relation avec une représentante d'un parti qui est la bête noire des médias flamands.
La direction du PS francophone a réagi avec flegme et humour. Elio Di Rupo, le président du parti, a estimé que cette histoire d'amour établissait "un lien entre la Flandre et la Wallonie, entre le PS et le VLD". Deux partis ennemis, mais qui sont actuellement réunis dans une coalition fédérale.
Jean-Pierre Stroobants
Article paru dans l'édition du 14.01.06
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