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domingo, 15 de janeiro de 2006

164) Democracia e socialismo: a quadratura do círculo


Tarso Genro, advogado, ex-prefeito de Porto Alegre pelo PT, ex-ministro da Educação no governo Lula, ex-presidente interino do PT e atual candidato a alguma coisa neste mesmo governo – acho que a ordem cronológica correta é essa mesma -- é, provavelmente, a figura mais próxima do que se poderia chamar de “filósofo oficial” do PT, ou então, se ele preferir, um “intelectual orgânico” da classe operária, muito embora seja um fato que ele não acredita mais no papel do proletariado enquanto classe redentora da humanidade.
O problema dos intelectuais orgânicos é que, em geral, eles são muito prolixos, para não dizer chatos, preferindo estender-se sobre um número infindável de páginas para transmitir-nos aquilo que eles poderiam dizer em poucas páginas, ou mesmo em poucos parágrafos ou, quem sabe até?, em poucas palavras. Intelectuais inorgânicos também podem exibir as mesmas características, estou certo, mas é nos orgânicos que elas revelam todo o seu potencial complicador.
Retiro esta conclusão da leitura, algo enfadonha confesso, do último texto “conceitual” – concedamos-lhe esta caracterização – que ele acaba de divulgar em seu site, um catatau de nada menos do que 32 páginas, como ele informa alegremente.
Trata-se do artigo “É possível combinar democracia e socialismo?” que encontra-se disponível no site do múltiplo personagem, mais especificamente neste link, com data de 9 de janeiro de 2006.

Consciente de que seus colegas e companheiros talvez relutassem em ler 32 páginas de pura abstração socialista, nosso filósofo preparou um resumo de “apenas” seis páginas, colocando no dia 12 de janeiro de 2006 no site oficial do PT (neste link).
Dele tomei conhecimento no dia 15 de janeiro de 2006 e, talvez por espírito masoquista, fui buscar também o original para conferir. Como não pretendo submeter os frequentadores deste Blog a corvéia tão áspera, resolvi tentar uma síntese experimental em torno do “espírito” desse texto. Aos leitores de julgar se minha obra deixa a desejar em relação ao original, que pode ser conferido nos links acima informados.

Síntese livre do texto de Tarso Genro sobre democracia e socialismo

(esforço realizado: de 32 páginas para meia página)

A democracia ainda é atual. O socialismo tentou ser democrático mas falhou tremendamente na empreitada, e só produziu arremedos de democracia, quando não ditaduras abertas ou totalitarismos inaceitáveis.
Conciliar um com o outro representa, portanto, a quadratura do círculo, mas já que criamos um partido que se pretende socialista, vamos perserverar nessa tentativa de acomodação, continuando a proclamar, urbi et orbi, que essa idéia é possível.
Como o socialismo é uma “generalidade abstrata, hoje carente de paradigmas históricos”, tudo é permitido, inclusive manter a ilusão dos nossos militantes e inculcar no distinto público a crença de que, a despeito dos equívocos acumulados até aqui – tanto pelos regimes que se pretenderam socialistas, como por nosso próprio partido e seus famosos “recursos não contabilizados” --, essa entidade metafísica chamada “socialismo democrático” pode um dia tornar-se realidade.
Mas, cá entre nós, como não é mais possível “combinar um projeto de revolução democrática com a retomada, no longo curso, da utopia da igualdade social, aberta pela idéia do socialismo moderno”, o PT está inexoravelmente perdendo sua importância histórica. Concluindo: a coisa para nós está preta…

Créditos pela transcriação do espírito do texto:
Paulo Roberto de Almeida (em 15 de janeiro de 2006)

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