sábado, 17 de dezembro de 2005
26) O crescimento da história das ciências no Brasil (V)
A equipe coordenada por Shozo Motoyama, no Centro de Pesquisa sobre História das Ciências da USP, tem oferecido uma contribuição inestimável ao desenvolvimento da pesquisa histórica sobre as ciências no Brasil, começando pela sua própria casa, isto é, pela USP e pela Fapesp.
Prevista na Constituição paulista de 1947, a Fapesp conseguiu, finalmente, ser constituída em 1962, graças à iniciativa de um dos representantes da “burguesia ilustrada” de São Paulo, o governador Carvalho Pinto (que também foi ministro da Fazenda em um dos gabinetes parlamentaristas dessa época tumultuada).
Um pouco da história exemplar da Fapesp, que serviu de modelo para a criação de muitas outras FAPs estaduais – sobretudo a partir da segunda conferência nacional de ciência e tecnologia, em 2001 –, está contado nos dois volumes coordenados por ele e sua equipe, a saber:
Shozo Motoyama (org.)
Fapesp: Uma história de política científica e tecnológica
(São Paulo: Fapesp, 1999, 300 p.)
Shozo Motoyama, Amélia Império Hamburger e Marilda Nagamini (orgs.)
Para uma história da Fapesp: Marcos documentais
(São Paulo: Fapesp, 1999, 250 p.)
Grande parte dos esforços nacionais de aprimoramento institucional da produção científica no Brasil vem sendo conduzido pela Academia Brasileira de Ciências, entidade criada em 1916 e responsável pelos Anais, publicados de forma ininterrupta desde 1929. Como parte dos processos preparatórios das duas primeiras conferências nacionais de ciência e tecnologia, na segunda metade dos anos 1990 e no início da presente década, a ABC preparou e divulgou, tanto em português como em inglês, as coletâneas
Ciência no Brasil (1997 e 1999),
ambas editadas pelo professor Luiz Bevilacqua.
O professor Antonio Campos de Carvalho coordenou uma nova edição desse relatório, apresentado como contribuição da ABC à Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, realizada por iniciativa do MCT em 2001.
A terceira, e mais recente, edição foi publicada em inglês, Science in Brazil,
organizada pelos professores Antonio Carlos Campos de Carvalho, Diogenes de Almeida Campos e Luiz Bevilacqua
(Rio de Janeiro: ABC, 2002, 320 p.).
Ela cobre os seguintes campos: ciências agrárias, biológicas, biomédicas, engenharias, ciências físicas, humanas, matemáticas, químicas, da saúde e da terra, precedidos de capítulos especiais sobre a situação corrente e as perspectivas da ciência e da tecnologia, bem como sobre sua importância em um país em desenvolvimento.
No terreno das publicações periódicas, não se pode deixar de mencionar o importante papel desempenhado pela revista Parcerias Estratégicas, surgida no antigo Centro de Estudos Estratégicos da extinta Secretaria de Assuntos Estratégicos, depois incorporada ao Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), que publicou os resultados da segunda Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, bem como os materiais preparatórios à terceira conferência (novembro de 2005). Os arquivos eletrônicos relativos a esses dois números especiais da revista Parcerias Estratégicas podem ser encontrados nos seguintes links: http://www.cgee.org.br/parcerias/p14.php e http://www.cgee.org.br/parcerias/p20.php.
Finalmente, no que se refere à divulgação periódica de materiais historiográficos sobre a construção da ciência brasileira, o cenário editorial passou a contar, desde 1985, com a Revista da Sociedade Brasileira de História da Ciência, editada em nova série a partir de 2003 (http://www.mast.br/sbhc/inicio.htm).
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