sexta-feira, 30 de dezembro de 2005
98) A new global "new deal"?
O que se segue são idéias preliminares em torno de algumas propostas de trabalho em torno de um “global new deal”, a ser discutido no âmbito de uma eventual coordenação Sul-Sul para uma nova globalização inclusiva. Não tenho nenhuma ilusão de que esse esforço seja conduzido, tendo em vista, inclusive, os resultados pífios alcançados na reunião ministerial da OMC, em Hong-Kong, de dezembro de 2005, mas como não custa nada sonhar, esta é aminha contribuição pessoal para algum planejamento utópico do futuro...
O Brasil, com outros países em desenvolvimento, poderia conduzir, nos planos regional e multilateral, esforços de coordenação político-diplomática, entre e com outros países selecionados (do mundo em desenvolvimento e do G-8, na próxima reunião de cúpula, por exemplo), em favor de um Global New Deal, isto é, um processo de diálogo internacional e de ações ulteriores nos terrenos das negociações globais (comerciais, financeiras e de ajuda internacional ao desenvolvimento) em torno de um novo programa de reforma nas relações econômicas internacionais, com vistas a incluir de modo mais significativo os países em desenvolvimento no atual processo de globalização econômica.
Esse processo de coordenação aspira, em princípio, não a mudar a estrutura atual das relações econômicas internacionais, em suas dimensões de poder ou em termos de políticas econômicas, mas a contribuir para algumas alterações em sua forma de funcionamento no que se refere à incorporação dos países em desenvolvimento à economia global. Estes últimos se comprometeriam, no quadro desse “global new deal”, com a adoção de políticas relativamente uniformes de abertura aos investimentos diretos estrangeiros e às trocas globais de bens e serviços, desde que os países mais avançados mudem substancialmente suas políticas protecionistas e subvencionistas em determinados setores do comércio internacional e das próprias economias nacionais, sobretudo na área da agricultura, o único campo econômico no qual os países menos avançados podem exercer algumas de suas vantagens comparativas.
Um Global New Deal desse tipo viabilizaria um processo de globalização inclusiva que beneficiaria tanto os países em desenvolvimento como os industrializados, contribuindo para realizar uma junção positiva entre as agendas de Davos e de Porto Alegre.
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