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segunda-feira, 12 de dezembro de 2005

10) De volta a um soneto conhecido do velho Camões...


Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.

Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.

O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já coberto foi de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.

E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto:
Que não se muda já como soía.

Luís Vaz de Camões
Retirado de "http://pt.wikisource.org/wiki/Mudam-se_os_tempos%2C_mudam-se_as_vontades..."
(Enviado por Obertal Mantovanelli Netto, a quem agradeço...)

4 comentários:

Santa disse...

Nossa! Supreendente!! Que belo presente enviaram ao autor deste Blog. Eu não posso me furtar,a um meus poetas portuguêses preferidos:

"Busque Amor novas artes, novo engenho,
para matar-me, e novas esquivanças;
que não pode tirar-me as esperanças,
que mal me tirará o que eu não tenho".
Camões

Santa disse...

Nossa! Supreendente!! Que belo presente enviaram ao autor deste Blog. Eu não posso me furtar,a um dos meus poetas portuguêses preferidos:

"Busque Amor novas artes, novo engenho,
para matar-me, e novas esquivanças;
que não pode tirar-me as esperanças,
que mal me tirará o que eu não tenho".
Camões

Toque das ruas disse...

Portugal, minha segunda terra.

Paulo Roberto de Almeida disse...

Portugal é na verdade um gigante: de uma terra tão pequena, sairam a andar pelo mundo tantos navegadores, desbravadores, descobridores, açambarcadores, mercadores, pecadores e também lavradores, entre eles meus avós de Trás-os-Montes, que para cá vieram, em exploradores de novas oportunidades...
O velho bardo traduziu tudo isso numa poesia sem igual...