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domingo, 1 de janeiro de 2006

104) Homenagem a uma pluma eletrônica...


No encerramento das atividades “redatoriais” de 2005, ao corrigir e dar formato final à lista dos trabalhos produzidos no ano que acaba de se encerrar e ao dar início, em 1º de janeiro de 2006, a uma nova fase de produção de textos, gostaria de começar este ano prestando uma singela homenagem ao meu principal instrumento de trabalho desde 1988: o computador.

Meu primeiro computador foi um Macintosh Plus, uma pequena caixa cinzenta, acompanhada de um mouse pouco ergonômico, que servia então, apenas e tão somente de processador e de tela de visualização para o ato da escrita (e para algumas poucas outras ações de desenho e de cálculo), uma vez que todos os demais recursos informáticos tinham de ser acessados e arquivados em outros suportes, externos. Os computadores pessoais dessa época não tinham, acreditem, disco rígido interno! Com efeito, tanto o sistema operacional, como os softwares – na verdade um ou dois, apenas – e os produtos então criados tinham de ser armanezados em disquetes compactos, até aquele momento reduzidos à fabulosa capacidade de 712 kilobytes (o que já era um progresso em relação aos antigos discos flexíveis de maior tamanho, mas de menor capacidade de armazenamento).

Lembro-me de ter pago caríssimo – talvez mais de três mil dólares – pelo meu primeiro Mac, aliás usado, comprado de segunda mão de um estudante que o tinha trazido dos EUA. Isso foi em Genebra, em fevereiro de 1988, onde eu então servia na Delegação do Brasil. Suas limitações operacionais e de armazenamento eram um problema para quem, como eu, manipulava grandes textos, pois a partir de um certo volume de informações, não se podia seguir adiante. Como o sistema operacional do Mac, o software de redação – o MacWrite – e os textos produzidos tinham de ficar no mesmo disquete, os arquivos não podiam ser muito grandes, para caber no limite dos 712 kb. Assim, meu primeiro investimento, em poucos meses, foi um disco rídigo externo, que importei diretamente dos EUA.

Meu primeiro trabalho feito no novo instrumento de trabalho foi um texto de comentários a propostas emitidas naquele mesmo momento numa conferência de prêmios Nobel, que pela sua pertinência e atualidade – e também como forma de rememorar aqueles velhos tempos e homenagear o meu primeiro Mac – pretendo retomar e reproduzir novamente em meu Blog.

Um ano depois, eu já passava ao meu segundo computador, sempre um Mac, mas desta vez um SE-40, com processador mais poderoso, dotado de disco rígido interno e outros recursos (a começar, pelo novo sistema operacional, agora embutido). Não preciso dizer que minha produtividade no trabalho redacional aumentou exponencialmente, assim como o apelo a arquivos eletrônicos, em lugar dos incômodos maços de papel. Não se falava em Internet, então, mas já existia o modem, um módulo de comunicação que se conectava aos aparelhos de fax para transmissão de mensagens em papel térmico.
Sempre fui fiel ao Mac, tendo conhecido e adquirido todos os computadores produzidos pela Apple e experimentado praticamente todos os sistemas operacionais. Depois do SE-40, adquiri um Mac Portable (na verdade um “transportável”, uma mala imensa, pesada e lenta), junto com uma copiadora laser (um desperdício de dinheiro, hoje reconheço), e menos de um ano depois um Mac Performa. Também comprei um híbrido – isto é, um Mac dotado de dupla plataforma, uma para o sistema Mac, outra esquipada com Windows--, um primeiro laptop PowerBook (que ainda tenho, com teclado francês) e vários outros mais. Atualmente trabalho com um PowerBook G4, com disco rígido de 40 GB e memória de 768 MB SDRAM. Já estou pensando nos G5.

Também aprendi a conviver com os inimigos, sempre dominantes no trabalho e na vida, de forma geral. Como um bom macintoshiano, eu desprezava então a Microsoft e seu sistema operacional copiado da interface do Mac, o Windows. Só fui utilizar o Wordbem mais tarde, por puro preconceito contra os programas do Bill Gates, preferindo outros processadores de texto, como o MacWrite (muito limitado) e, durante bastante tempo, o WriteNow (já com a facilidade das notas de rodapé, indispensáveis para quem elabora trabalhos acadêmicos).

Não vou falar de tudo o que fiz com os meus computadores, e de tudo o que ainda tenho arquivado e que pretendo fazer um dia. Basta começar o ano voltando a relembrar do velho Mac Plus, que deve agora ter virado carcaça em algum cemitério eletrônico ou então repousar em algum museu de tecnologia, ao lado do machado de bronze e da roca de fiar.
Uma lágrima de saudade e um sorriso de reconhecimento...

Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 1 de janeiro de 2006

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