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quarta-feira, 11 de janeiro de 2006

152) À l'Attac, sans disposer de majorité...


A ATTAC, cuja sigla significa Association pour la Tobin Tax et en Appui aux citoyens (ainda que o próprio James Tobin tenha recusado essa distinção), convida para uma mobilisation générale des citoyens contra o que eles chamam de "Europa ultra-liberal".
Eles querem manifestações na sede do Parlamento Europeu, em Estrasburgo, contra a diretiva Bolkestein, que visa liberalizar os serviços em todo o território da União Européia.
Segundo a própria entidade reconhece em seu boletim, "la droite européenne est majoritaire au Parlement", mas a Attac não acha isso legítimo e pretende denegar ao Parlamento o direito de votar uma medida que liberaliza os serviços em escala européia, segundo o princípio do país de origem (PPO).

A posição da Attac é contraditória com os próprios objetivos da Europa comunitária, na medida em que, desde 1957, o tratado de Roma determinou a "livre circulação de mercadorias, de pessoas, de serviços e de capitais" (artigo 2). Por outro lado, a "estratégia de Lisboa", adotada em 2000, visa converter a UE, no horizonte 2010, na "economia do conhecimento a mais competitiva e a mais dinâmica do mundo" e a liberalização e ampliação dos mercados de serviços, setor que mobiliza perto de 70% do PIB comunitário, é fator importante nesse fortalecimento da economia européia.

Além de contraditória, essa posição é autoritária, pois se os cidadãos europeus votaram para eleger seus parlamentares, supõe-se que eles atribuiram competência a seus representantes para agir em nome deles, segundo orientações políticas defendidas durante a campanha. Argumentar agora que a diretiva é ultra-liberal, ou que ela vai beneficiar as grandes companhias multinacionais -- o que não é correto, pois serviços são flexíveis, comportam todas as gamas de atividades e podem ser prestados por todo tipo de companhia, em toda a Europa, dando chances, justamente, a pequenas companhias de pequenos países de alcançar um público mais vasto --, significa não aceitar as regras do jogo e pretender que posições minoritárias impeçam, por meio de manifestações ruidosas, a adoção de medidas que contam com claras maiorias políticas.

Se dependesse da Attac, a Europa não teria saído da Idade Média...

Quem quiser ler mais ataques da Attac ao capitalismo realmente existente e a uma suposta globalização perversa, pode consultar o site desses irredutíveis gauleses: http://attac.org/
Eles não são muito diferentes de outras tribos ruidosas que se manifestam nas redondezas...

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